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ARTE NA RUA

OBRA PÚBLICA

"ANJO CONGADEIRO"

INSTALAÇÃO PERMANENTE

PÁTIO POSTERIOR DA IGREJA DO ROSÁRIO

PRAÇA RUI BARBOSA UBERLÂNDIA MG

ACERVO PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA MG

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A criação da escultura intitulada “Anjo Congadeiro” se deu em 2008, a partir de um projeto de Arte Urbana, instituído pela Secretaria Municipal de Cultura de Uberlândia MG. Com a intenção de valorizar e preservar a mais significativa manifestação de cultura popular de nossa cidade, o “anjo” traz vestes de um congadeiro com suas patagongas cercado de pássaros recortados em suas asas.

A escolha do ferro e sua opção por não ser pintado, encontra significado na simbologia da resistência dessa manifestação tanto quanto na força do povo negro de onde vem suas referencias.

Em sua primeira montagem, a peça ficava assentada sobre um banco de ferro, à altura dos transeuntes. As pessoas poderiam se sentar do lado do anjo. Mas o vandalismo foi consumindo a peça. Foram sendo roubadas partes, destruídos elementos, dilacerados recortes... e por fim decapitaram o anjo.

Em comum acordo com a Secretaria Municipal de Cultura, reapresentei um novo projeto junto ao COMPHAC (conselho municipal do patrimônio histórico, arquitetônico, artístico e cultural) desta vez, recolocando a escultura numa base em alvenaria com dois metros de altura. A configuração da imagem também foi readequada ao seu novo suporte. Com parecer favorável do Conselho e da Secretaria de Planejamento Urbano o ANJO CONGADEIRO continua olhando a vida no pátio externo posterior do Largo do Rosário.

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  1. ​

”Alexandre França une a tradição religiosa com o ritmo dito progressista da cidade interferindo na paisagem urbana configurada pela larga avenida de intenso fluxo de carros que começa em uma das entradas da cidade e leva ao centro “antigo” onde está situada a Igreja do Rosário, berço das festividades e cortejos religiosos do Congado em Uberlândia (no pátio externo do fundo da igreja se encontra o trabalho de Alexandre: O Anjo Congadeiro).

A materialidade das placas que servem de suporte nesta obras, coloridas de laranja-ferrugem carregam o resultado da ação enérgica e contínua do tempo (sol, chuva, poluição, corrosão natural) sobre o ferro, me remetendo à resistência de uma parcela da população de tradição religiosa arraigada que persiste com seus rituais singulares mesmo diante da ampliação de referências religiosas que a contemporaneidade nos apresenta.

A disponibilidade para outras, diferentes e múltiplas passagens, encontros e leituras com essas obras, públicas e acessíveis, possibilitam diálogos infinitos

com a cultura urbana, rural e religiosa que nos constitui como uberlandenses. Coloca-nos em contato com os rituais locais e a genuinidade de suas formas e

movimentos, ao mesmo tempo, que nos leva ao pensamento introspectivo que suas mensagens verbais e visuais nos provocam para olhar, parar e refletir...

Passagens, paradas, olhares, percepções, movimentos, vivências, memórias, reflexões e interpretações acessíveis e possíveis a todos nós, uberlandenses ou não,que nos dispomos a ver nesta cidade um espaço de interação e convivência que respeita a diversidade em todas as suas formas de manifestação.”

 

Texto escrito por Márcia Souza

em maio de 2009

e impresso no livro

”Alexandre França –

Arte e Design”,de 2009

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